sexta-feira, 30 de abril de 2010

sem pregas na língua

não vou colocar letras maiúsculas neste pensamento porque quero começar este... como posso chamar? post, de maneira diferenciada do meu cotidiano correto, gramaticalmente falando, porque estou saturada de regras e limites da minha própria mente que me prende das coisas belas, que são aquelas que precisamos de coragem para conhecer.

não sei se está entendível o que estou dizendo, porque estou falando por entrelinhas. é que acordei com um sonho estranho e belo hoje. estava eu num clube que nunca fui na vida e entrei numa sala para trocar de roupa e vi um "esconderijo" na parede, quase imperceptível, e resolvi entrar. estava um tanto obscuro e quando olhei pra cima era como uma tubulação escura ou aquele espaço por onde os elevadores sobem e descem, mas sem elevador e cheio de escadas quebradas e desorganizadas. subi até quase no topo e vi uma porta na parede e quando a abri...

a surpresa!

entrei num quarto velho e abandonado. ele mais lembrava um brechó que quarto, pois era cheio de roupas belíssimas mas bem empoeiradas, em cabides pregados nas paredes por todos os lados, e debaixo das duas camas haviam sapatos super cênicos e bem anticonvencionais, do tipo que eu compraria loucamente se tivesse grana e visse por aí. fui andando pelo quarto e quase tendo um infarto de tanta emoção que senti ao ver tanta coisa que me agradava e que tinha uma ligação fortíssima comigo, resolvi levar o que eu pudesse carregar.

enquanto sonhava eu ouvia o meu celular tocando para eu despertar do sono e ir à faculdade (mas o sonho era tão envolvente) que eu decidi e consegui, pela primeira vez, continuar no sonho e largar a vida real de lado.

como a vontade de levar tudo era tão grande dentro de mim, decidi roubar as roupas e sapatos que eu desse conta de carregar e sair pelo clube sem que ninguém percebesse o que eu tinha feito. saí, não me lembro como, mas saí. acordei com tanta alegria (não pelo fato de ter roubado as coisas) mas era como se naquele quarto morasse uma menina, ou duas, que tivesse abandonado esse mundo e deixado todas aquelas lembranças para mim.

a minha sensação naquele momento em que vi todas aquelas coisas maravilhosas e empoeiradas pelo tempo, era de que elas pensassem em mim, mesmo sem me conhecer, era como se elas imaginassem que eu, um dia, iria ter a oportunidade de encontrar esse caminho, e ter coragem suficiente de entrar no desconhecido, encarar as coisas feias e sujas no percurso para encontrar o presente que faltava na minha vida, o presente que me completaria. um presente de pessoas que indiretamente fizeram parte da minha vida e que estavam esperando por mim ali, sofrendo as conseqüências do tempo.


e se eu não aparecesse?


não quero escrever corretamente, nem portanto ser coerente, não quero me importar com essas travas, quero escrever e registrar os meus pensamentos, usando as pontas dos meus dedos, que podem me ajudar no caminhar da minha história e a registrar a minha memória.

poliana hoje sou poliana


sem pregas na língua, sem medo de amar